A ligação

Dizem que quando se gosta realmente de alguém a primeira coisa que nos lembramos de fazer ao tomar um grande porre é ligar para essa pessoa; eu, bem, gostava muito daquela garota mas não gostaria que ela me visse naquele estado e ainda mais em plenas 3:00 horas da manhã; poderia ter também um pouco de orgulho misturado nisso, o que não me deixava sequer olhar para seu contato na agenda.
Eu realmente não tinha a mínima vontade de fazer isso. De onde já se viu? Ligar para alguém em plenas 3 da manhã e ainda alcoolizado, eu não queria atrapalhar seu sono (sabia muito bem que ela estava dormindo), e, pra falar a verdade estava com um certo medo da sua reação.
Estava pensativo, travava uma guerra entre o amor e o orgulho; o pior de tudo era ter de se desculpar por aquilo que eu fiz propositalmente, sem nenhuma influência de amigos ou conhecidos, fiz por vontade própria. E agora... ah e agora teria de ligá-la, pedir desculpas e fazer todo aquele ritual dizendo que sou um idiota e que a amo e que sei que não deveria estar fazendo aquilo mas era o que estava fazendo.
E foi o que fiz, peguei meu celular e disquei seu número (tenho em mente); começou a chamar, chamar, chamar e cada "tum" me causava uma emoção diferente.
Ela atendeu:
— Alô?
— Olha, sei que não deveria ter saído de casa e ter ido encher a cara e então te ligar em plenas 3 horas da manhã mas eu só queria te dizer que eu te amo, e, por mais que eu seja todo esse completo babaca eu não saberia viver sem você — disse eu.
— Onde você está? — disse ela.
— Estou em um bar aqui em Copacabana, era o único que ainda estava aberto à essa hora. — disse eu ainda com receio.
— Você vai voltar que horas? — perguntou ela sem muitas esperanças que eu voltasse ainda cedo.
— Se ainda quiser eu posso pegar o carro e voltar no máximo em 20 minutos, eu perdi muito tempo aqui, tempo este que eu poderia ter dedicado à você, me desculpe, eu sinto muito — Disse eu já aflito, mas feliz por estar ouvindo sua voz.
— Tudo bem, obrigado por ter se lembrado de mim, a maioria dos homens teriam desligado o telefone e não se arrependeriam de nada disto — Disse ela.
— Ainda bem que não sou como a maioria dos homens — Disse, já com alívio.
— É... Ainda bem; volta logo — Disse ela.
— Estou voltando, desculpa.
— Tudo bem, estou te esperando.

Depois disso retornei para casa o mais rápido, ela continuou me esperando (eram 4:00 horas da manhã). A única coisa que me disse foi para nunca mais fazer aquilo, então eu pude saber que ela é a mulher da minha vida e também que o que sinto por ela é verdadeiro; alguns desafios precisam ser feitos por mais difíceis que sejam, para provar algo para si mesmo. Quem diria que uma ida ao velho bar de Copacabana revelaria o amor da minha vida

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